Douglas era indispensável. O Grêmio deu prioridade à renovação de contrato. Venceu as pesquisas do futebol chinês e assinou acordo com o camisa 10. Mas, um mês depois, as chegadas de Henrique e Miller Bolaños colocaram a posição do armador sob grande ameaça. E a torcida o escolheu para deixar o time e abrir espaço para pelo menos um dos novos reforços.
Não é difícil entender a opinião da torcida gremista. Manifestações nas redes sociais, nas rádios que fazem enquetes e até nas festas do Tricolor. Douglas é o mais provável de se juntar a Miller e, ainda antes, a Henrique.
Mesmo que nenhum deles desempenhe a mesma função do player. Miller disse ao chegar que pode jogar como meio-campista lateral ou até mesmo como atacante. Não houve menção a um armador centralizado. Suas características incluem poder de finalização de dentro e de fora da área, drible, velocidade, mas não tanto a criação de oportunidades.
Henrique, por sua vez, é centroavante. Gosta de atuar como zagueiro e último homem, próximo ao gol rival. Ele está longe de ser o armador clássico que Douglas é.
Mas a saída do meio-campista é imaginada de duas formas. Com Miller, Giuliano seria central, Everton ficaria na esquerda e Luan como centroavante. Essa ideia evitaria a mudança de posição do Everton e Luan, que tem se destacado no início do ano, daria mais velocidade ao time com Giuliano e também poder de finalização de Bolaños.
Com a entrada de Henrique, Luan seria rebaixado para a função de Douglas. “Já fiz todas as funções do meio-campo ao atacante e posso ajudar no que for necessário”, garantiu o jogador.
Douglas, aliás, não se destacou nos jogos que disputou até aqui. Ele marcou seu primeiro gol em 2016, contra o Coritiba, pela Primeira Liga, mas continua sendo o maior provável de deixar o time.
Curiosamente, isto repete o que aconteceu no ano passado. O camisa 10, ex-Corinthians, começou o ano da mesma forma, demorou para recuperar a melhor forma física, chegou a ser vaiado e discutiu com a torcida e foi questionado quando Felipão comandou o time. Mas bastou Roger chegar e os resultados aparecerem para ele se tornar indispensável no elenco.
Mais uma vez a situação surge e talvez pela demora em atingir a melhor forma o jogador pode perder espaço. Mas como a competição agora está mais forte, deixar o time pode ser a chave para nunca mais voltar, pelo menos tão certamente como titular.
Os titulares do Grêmio fazem um último teste antes de estrear na Libertadores nesta sexta-feira, contra o São José, em Porto Alegre. Como Bolaños ainda não está pronto para jogar, Douglas tem, por enquanto, vaga garantida no time.